Teoria da Aprendizagem Transformativa
A Teoria da Aprendizagem Transformativa é um quadro educativo da eFacetheory concebido por Jack Mezirow, que se refere ao processo que os indivíduos seguem para mudar a forma como percepcionam e vêem as coisas, através da reflexão crítica, do diálogo e da aprendizagem experimental. Através dela, um dos aspectos centrais para promover o desenvolvimento pessoal, o pensamento crítico e a cidadania ativa é o facto de permitir que os alunos sejam mais autoconscientes e adaptáveis à sua vida pessoal e profissional.
Os principais elementos da Teoria da Aprendizagem Transformativa são a reflexão crítica, o diálogo e a aprendizagem experimental. A reflexão crítica refere-se ao processo de autorreflexão através do qual cada um analisa as suas crenças e pressupostos e a sua validade. Por outro lado, o diálogo é o meio pelo qual os participantes são levados a comunicar e a partilhar os seus pontos de vista, o que torna o processo de aprendizagem mais eficaz. De acordo com a aprendizagem experiencial, as pessoas são obrigadas a lidar com situações autênticas, que normalmente podem trazer novas realizações e mudanças na compreensão.
Os métodos tradicionais de aprendizagem visam a aquisição de conhecimentos pelo aluno e não a mudança da sua mentalidade, que é o principal objetivo da aprendizagem transformadora. Os modos primordiais de aprendizagem tendem a destacar os processos sucessivos de memorização e a absorção passiva de informação, mas o conceito de aprendizagem transformadora articula-se principalmente com a participação ativa, a autorreflexão e o pensamento crítico. Todos estes factores permitem ao indivíduo atualizar-se e associar a mudança pessoal à mudança social.
Na realidade, a manifestação da aprendizagem transformadora pode ser uma oficina criada principalmente para profissionais de saúde, onde estes têm a oportunidade de participar em dramatizações que confrontam diretamente as suas opiniões tradicionais sobre a forma de lidar com situações médicas com os doentes. Em alguns casos, durante a oficina, podem refletir sobre as suas experiências e discuti-las com os seus pares, o que leva os participantes a identificar os seus preconceitos. Este reconhecimento ou tomada de consciência pode provocar uma mudança nas técnicas utilizadas na comunicação com os doentes e, finalmente, nos cuidados gerais prestados aos doentes.
A reflexão crítica é um processo chave na Aprendizagem Transformativa porque é através desta etapa que os indivíduos são capazes de analisar os seus pressupostos, crenças e valores, e as suas experiências de forma objetiva. Este processo é importante porque ajuda os aprendentes a identificar os seus pressupostos que podem ser obstáculos ao seu crescimento, o que, por sua vez, os leva a reconsiderar os seus pontos de vista. Por exemplo, um professor que reflicta sobre as suas práticas de ensino pode reconhecer a necessidade de adotar métodos mais inclusivos, transformando assim a sua abordagem à educação.