Cognição epistémica
A cognição epistémica envolve os processos dinâmicos de construção e personalização de uma teoria da mente que permite a um indivíduo estimar e representar as fontes de conhecimento e as suas limitações. É a primeira competência do pensamento crítico, uma vez que orienta as pessoas para abordarem a informação de forma adequada, para aplicarem os métodos necessários de resolução de problemas e para utilizarem as estratégias corretas na aprendizagem.
Os aspectos-chave da cognição epistémica consistem em crenças sobre o conhecimento (crenças epistémicas), as fontes de conhecimento (por exemplo, experiência pessoal vs. autoridade) e os processos de conhecimento (como se adquire e justifica o conhecimento). Por exemplo, um aluno que acredite que o conhecimento é definitivo e não está sujeito a dúvidas pode ter dificuldade em lidar com assuntos que exijam pensamento crítico e a aceitação de opiniões diferentes.
A forma como os alunos lidam com a produtividade, interagem com os conteúdos e reflectem a sua compreensão é através da cognição epistémica. Para ilustrar, os alunos que compreendem o facto de o conhecimento ser incerto e, por conseguinte, apenas provisório, podem apresentar uma maior tendência para investigar uma grande variedade de fontes e argumentar contra diferentes provas, o que, por sua vez, os ajudaria a aprender mais profundamente e a melhorar as suas capacidades de resolução de problemas.
A própria base do pensamento crítico é a cognição epistémica, que faz parte dele. Esta capacidade consiste em avaliar a veracidade e a coerência da informação. Uma pessoa que tenha uma forte capacidade de cognição epistémica pode facilmente avaliar premissas, reconhecer a diferença entre opinião pessoal e provas factuais e identificar parcialidades, tornando assim a sua tomada de decisões mais eficaz, não só na sala de aula, mas também na sua vida quotidiana.
Sim, existe a possibilidade de construir cognição epistémica através de cursos de formação e de práticas de reflexão. Por exemplo, os professores que implementam o debate, a aprendizagem baseada na investigação e a exposição a perspectivas divergentes podem ajudar os seus alunos a desenvolver crenças epistémicas e, consequentemente, a melhorar a sua capacidade de avaliar criticamente o conhecimento e as suas fontes.