Comunidades discursivas
Uma comunidade discursiva é um grupo de indivíduos que partilham um objetivo comum e comunicam através de uma linguagem ou conjunto de convenções partilhadas. A importância destas comunidades advém do seu papel na promoção da colaboração, da partilha de conhecimentos e do desenvolvimento de competências de comunicação especializadas que são específicas de determinados contextos, tais como actividades académicas, profissionais ou recreativas.
Uma comunidade discursiva tem normalmente diversos subscritores com objectivos comuns, linguagem/terminologia especializada e práticas de comunicação reconhecidas. Os membros da comunidade envolvem-se frequentemente em comunicação presencial ou virtual, partilham os seus conhecimentos com a comunidade e aderem a géneros específicos de comunicação, como artigos académicos em comunidades académicas ou manuais técnicos em contextos profissionais.
As comunidades discursivas regem a forma como os seus membros comunicam, determinando as normas e as expectativas para a utilização da linguagem, o tom e o formato. Por exemplo, uma comunidade discursiva académica pode dar prioridade à utilização de linguagem formal e citações, enquanto uma comunidade de jogos substitui esta formalidade da linguagem por linguagem informal ou calão. Estas variações são sugestivas dos factores contextuais únicos e dos interesses específicos da comunidade.
A comunidade discursiva é a comunidade de investigação científica. Os membros próximos são aqueles que procuram o avanço do conhecimento nas suas áreas. Comunicam através de termos e formatos especializados, como documentos de investigação e apresentações. Os membros da comunidade consideram frequentemente a revisão por pares e a colaboração como o principal método de divulgação de conhecimentos científicos fiáveis, pelo que estes dois factores se tornam a essência da autenticidade e da divulgação do conhecimento científico.
Uma forma mais eficaz de escrever é a tecnologia que transforma a forma como as comunidades discursivas se envolvem e participam, dando-lhes as plataformas para o fazer. Os membros dessas comunidades podem conversar, trocar ideias e encontrar materiais úteis na Internet, como fóruns em linha, redes sociais e bases de dados académicas. Um caso clássico é o da utilização do sítio ResearchGate pelos investigadores da Universidade de Coimbra, onde carregam o seu trabalho e discutem frequentemente com outros cientistas, criando assim pequenas redes de cientistas e alargando o alcance e o impacto do seu trabalho.