Sensibilização para a fratura digital
O fosso digital é a distância entre os indivíduos que estão equipados com as mais recentes tecnologias da informação e da comunicação e os que não estão. Este fosso é da maior importância na luta para conseguir um acesso equitativo a estes três sectores da economia, da educação e da saúde numa era cada vez mais digital.
A desigualdade na corrida virtual é fundamentalmente desencadeada por factores socioeconómicos, como a desigualdade de rendimentos e a educação, bem como a localização geográfica. Veja-se o caso das famílias pobres que podem não ter dinheiro suficiente para comprar aparelhos ou serviços de Internet, enquanto os locais remotos podem não ter acesso direto a ligações de rede de banda larga de alta velocidade. Além disso, a disparidade nas competências digitais pode agravar a situação, porque quem não consegue aceder à informação em linha pode ser alguém que não sabe como utilizá-la corretamente.
A erosão do fosso digital está a prevalecer no sector da educação, onde especialmente os estudantes das comunidades carenciadas enfrentam desafios como a extensão dos recursos e ferramentas de aprendizagem em linha. A título de exemplo, a pandemia de COVID-19 foi uma situação em que a aprendizagem em linha sofreu muito devido ao facto de alguns estudantes terem de lidar com a falta de dispositivos ou, além disso, com a ausência de Internet disponível, atingindo assim as chamadas "lacunas de aprendizagem". As mesmas escolas e os decisores políticos estão a tentar fazer o seu melhor para construir esta ponte sobre o fosso digital, fornecendo recursos tecnológicos e preparando tanto os alunos como os educadores.
Descrevem-se aqui diferentes medidas para colmatar o fosso digital, tais como projectos governamentais, organizações sem fins lucrativos e parcerias público-privadas. A Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos Estados Unidos criou o programa E-Rate, que tem por objetivo ajudar as escolas e as bibliotecas a obterem acesso à Internet mais barato. Organizações sem fins lucrativos como a EveryoneOn esforçam-se por ligar famílias com baixos rendimentos a serviços e dispositivos de Internet a custos mais baixos, bem como por promover a literacia digital e o acesso a oportunidades em linha.
A literacia digital é a ferramenta mais importante para lidar com a clivagem digital, uma vez que dá às pessoas as competências necessárias para utilizar a tecnologia de forma eficaz. Mesmo que uma pessoa tenha acesso aos dispositivos e à Internet, sem literacia digital, não é capaz de os utilizar de forma adequada e significativa, o que se reflecte naturalmente na ausência de oportunidades. Os programas, que se destinam especificamente a ensinar competências digitais, como a codificação de oficinas ou a formação em segurança em linha, não só capacitam as pessoas para dominarem esses recursos digitais, como também ajudam a colmatar o fosso digital.